06 junho, 2020

Como reconhecer a distopia por Alex Gendler

Você já imaginou um mundo ideal sem guerras, pobreza ou crimes? Se sim, você não está sozinho. Platão pensou em uma república governada por filósofos e por toda história grupos tentaram construir o paraíso na Terra. As tecnologias industriais prometeram libertar os trabalhadores e os confinaram em fábricas.


Enquanto isso, os donos ficaram mais ricos que reis. Em "Admirável mundo novo", de Aldous Huxley, os cidadãos são geneticamente modificados e condicionados para seus papéis sociais. Embora a propaganda e as drogas mantenham todos felizes, fica claro que um elemento humano crucial é perdido. Porém, as distopias mais conhecidas não foram imaginárias.

O romance "We", de Yevgeny Zamyatin, narra um futuro onde liberdade e individualidade são eliminadas. Banido na União Soviética, o livro inspirou autores como George Orwell que atuou na linha de frente contra o fascismo e o comunismo. Enquanto "A revolução dos bichos" satiriza o regime soviético, o clássico "1984" critica o totalitarismo, a mídia e a linguagem. Nos EUA, "It can't happen here", de Sinclair Lewis, mostra o quão fácil a democracia cede lugar ao fascismo. 

Após a segunda guerra, autores questionaram o que tecnologias como a energia atômica, viagem espacial e inteligência artificial representavam para a humanidade. Opondo-se à crença popular de progresso, a ficção científica distópica alcançou filmes, histórias em quadrinhos e jogos. As distopias atuais continuam a refletir as angustias modernas sobre desigualdade, mudança climática, poder dos governos e epidemias globais. No fundo, as distopias são alertas sobre a ideia de que a humanidade pode ser moldada em uma forma ideal. Agora, pense de novo no mundo perfeito que você imaginou e no que seria preciso para obtê-lo. Como as pessoas cooperariam? E como garantir que isso dure? Esse mundo ainda parece perfeito?


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