20 julho, 2024

O declínio dos direitos do próprio consumidor

Você já percebeu que os dispositivos e softwares que compramos não são mais nossos? Desde atualizações de software hostis até obstruir propositalmente a nossa capacidade de reparar os nossos dispositivos, os direitos do consumidor estão a sofrer um grande impacto nesse quesito que aumenta gradativamente.

Isso porque as empresas não estão apenas dificultando os reparos através de softwares, como também estão projetando softwares que praticamente colocam os nossos dispositivos bloqueados. Antigamente os produtos eram feitos para durar, porém, ao longo dos anos, os produtos simplesmente não duram tanto quanto costumavam e os consumidores como um todo acabaram se acostumando com a ideia de jogar as coisas fora, ao invés de consertá-las. 

E pensando nisso, as fabricantes constroem os seus sistemas através do emparelhamento de peças com barreiras de software para que você seja forçado a usar apenas ferramentas e serviços das peças deles. Em um modelo de smartphone específico, se você precisar trocar a câmera ou quem sabe até mesmo a tela do mesmo modelo, os recursos são desativados para que a peça simplesmente não possa funcionar.

E para consertar, a empresa só permite que você faça isso através de uma empresa especializada ou em oficinas terceirizadas autorizadas, isso porque esses lugares são georeferenciados e as peças de reparo são rastreadas por endereços de IP. Isso ocorre para que os reparos só possam acontecer dentro de uma zona aprovada. E a tendência do mercado vai além da eletrônica, pois como você não possuirá nada, as coisas serão alugadas. E então, surge a questão: Quem será o dono de tudo de quem vou alugar?

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10 junho, 2024

A fobia da modernidade de ficar sem audiência

Em um contexto onde os consumidores estão cada vez mais estimulados e constantemente conectados, as marcas e influenciadores precisam alcançar sua audiência com mensagens autênticas para evitar perder a atenção do público. Hoje é preciso mais do que alcançar a audiência certa para criar valor e conexões duradouras, ou seja, adaptar-se às necessidades, demografia e também ao estilo de vida das pessoas. 

Pensando nisso, o Mercado Ads busca estabelecer oficialmente um novo termo "FOMA" (fear of missing audience, ou medo de perder a audiência) e, para isso, decidiu procurar o próprio Patrick J. McGinnis, criador da ideia do "FOMO" (fear of missing out, ou medo de perder algo, cujo o nome da síndrome tem a ansiedade como um dos principais sintomas) e, juntos, cunharem um novo conceito.

"Essa ideia surge a partir da perda de relevância e de audiências, que é uma preocupação crescente dos executivos de marketing diante de canais cada vez mais saturados. O "FOMA" pode ser criado a partir de diversos fatores, como a falta de dados sobre o comportamento dos usuários devido à desativação de cookies de terceiros (dados criados por outros sites), somada à dificuldade de atribuição de resultados aos esforços de marketing", ressalta McGinnis.

E para enfrentar esses desafios, os executivos e as equipes de marketing devem ser ágeis para analisar continuamente as tendências do mercado, as reações dos consumidores e a análise de dados para refinar suas estratégias e garantir que estejam alinhadas com as mudanças nas necessidades e preferências de seu público-alvo. No entanto, até que ponto isso pode ser malefício ou benefício, uma vez que, as empresas podem prever e até mesmo manipular nossas ações neste estado de vigilância constante? Quais os efeitos da arte de não pensar, uma vez que, as coisas se encontram pré-prontas, inclusive o pensamento?

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07 maio, 2024

O lado negro da competição IA por Liv Boeree

A competição é uma parte essencial da natureza humana e pode levar-nos a feitos extraordinários. Porém, quando dá errado, os resultados podem ser devastadores. A campeã de pôquer e comunicadora científica Liv Boeree nos apresenta a "armadilha de Moloch", a força obscura da teoria dos jogos. Esta é a mesma forma que impulsiona muitos dos maiores problemas sociais da humanidade.


Em seu discurso, ela faz referência ao filme "The Good, the Bad and the Ugly" (O bom, o mau e o feio), no qual três homens são obrigados a forjar uma difícil aliança visto que cada um conhece apenas uma parte da localização da fortuna. O problema é que nenhum deles tem a intenção de dividir a riqueza. A ideia é mostrar que quando as coisas são bem-feitas podem levar-nos a feitos incríveis, agora se a competição não é tão boa, ela pode criar resultados de perda em que todos ficam pior do que antes.

Um tipo de armadilha semelhante está a acontecer hoje nos nossos meios de comunicação. Pensávamos que com a concorrência iria criar uma espécie de espiral positiva, como uma corrida para o jornalismo imparcial e preciso. No entanto, o que estamos a assistir é a uma corrida até ao máximo do "clickbait" (isca de clique) acompanhado geralmente por um título sensacionalista, fotos apelativas e da polarização da mídia tradicional nos mais variados sites de notícias.

Isso porque as emoções como o medo ou a raiva são mais propensos a tornarem-se virais do que os neutros ou positivos. E quanto mais os seus concorrentes utilizam destas táticas, mais eles são obrigados a utilizá-las. Caso contrário, as suas notícias perdem a confiança do público no meio do ruído e também torna cada vez mais difícil separar o fato da ficção, o que é um problema para a democracia.

Tal como a divindade malévola Moloch sacrificava os filhos pelo poder, os influenciadores sacrificam a sua feliciadade por "likes" (curtidas), assim como os editores de notícias a sua integridade por cliques. É uma espiral no qual todos perdem no final e o mesmo está a acontecer na indústria da inteligência artificial, pois à medida que entram nesta corrida, maior é a pressão para todos avançarem o mais depressa possível e sacrificarem a própria liberdade neste novo modelo de sociedade que nos é recomendado.

E consequentemente disso, empresas de tecnologia são obrigadas a satisfazer os seus investidores, como um incentivo a curto prazo que, com o tempo, entrará inevitavelmente em conflito com qualquer missão maior em benefício de outros, pois à medida que as suas capacidades tecnológicas atingem o poder dos deuses, também precisam da sabedoria de deuses para manejar com responsabilidade. Confira o discurso e aproveite para ativar as legendas em português no vídeo abaixo.


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08 abril, 2024

A sátira sobre a nossa cultura de premiações

festival de premiação de prestígio é uma maneira infalível de lançar a agência publicitária principiante até o infinito e além. No entanto, é atormentado pelo fato de alguns prêmios serem muito tolerantes para os participantes que recorrem a táticas duvidosas ou até mesmo atalhos para obter a tão almejada vitória.

Seja inflando números artificialmente em campanhas sem retorno, sintetizando campanhas de passeadores de cães ou, quem sabe, falsificando projetos inteiros e ainda pagando as taxas de incrições dos festivais de premiações para instituições sem fins lucrativos, tudo para obter uma vitória barata de alguém que a merece e depois ostentar a sua vitória para talvez mostrar algo que a própria agência não é em questão.

A campanha intitulada "Awards Gone Wild" (Prêmios enlouquecidos) criada pela agência Zulu Alpha Kilo faz sátira desta obsessão de publicitários por prêmios, mostrando o que de fato poderia acontecer se outras profissões recorressem às mesmas táticas que as agências usam para vencer nos festivais.

Ganhar um prêmio em uma competição é definitivamente um momento especial e algo para se comemorar, e todo mundo quer comemorar sua grande vitória. No entanto, essa abordagem da obsessão da agência de publicidade por festivais de premiações é definitivamente uma reflexão sobre os valores, isso porque a conquista do prêmio deveria ser tratada como uma realização, algo genuíno em favor da contribuição para o setor e não apenas um troféu que fica na sua estante como uma espécie de acessório ou joalheria.

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04 março, 2024

O segredo do excelente design por Tony Fadell

Como seres humanos, nos acostumamos com o jeito como as coisas são muito rápido. No entanto, para os designers, a forma como as coisas estão é uma oportunidade. Será que as coisas poderiam ser melhores? Como? Nesta palestra, o designer Tony Fadell compartilha algumas de suas experiências com o público.

E como todo designer, sua função é se manter atento com um olhar apurado para tentar melhorá-las. Ele acredita na ideia de criar uma oportunidade para nós mesmos corrigirmos um problema que pode não ser perceptível em nossas vidas mundanas, mas que é muito importante identificar para uma melhor qualidade de vida. Ele acredita que o processo começará com o simples ato de observar.

Isso porque o design e o seu processo geralmente resultam de uma atitude curiosa e intrusiva, pois o que diferencia entre os arquitetos e designers é que não apenas vemos e sim notamos as pequenas coisas ao nosso redor com atenção aos detalhes, nas cores, formas, sons, nos cheiros, no estilo de vida e em muitas coisas que poderiam facilmente passar despercebidas.

Assim, os nossos cérebros codificam as coisas cotidianas que fazemos em hábitos para que possamos liberar espaço e aprender coisas novas. A arte de olhar é compreender o quadro mais amplo e encontrar a solução como um todo. Quanto mais estamos expostos a algo, mais nos acostumamos. Portanto, se quisermos mudar algo e criar uma versão melhor do produto para facilitar a vida, é neste momento que a arte de desaprender se torna útil. Aproveite para ativar as legendas em português no vídeo abaixo.

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01 fevereiro, 2024

Por que precisamos de estímulo constante?

Por que precisamos de estímulo constante durante o período do dia todo e para sempre? E mais, como é que nós chegamos aqui? A resposta para essa questão pode estar no mecanismo de rolagem infinita criado pelo Aza Raskin. E com intenção de facilitar a experiência do usuário, gerou um grande vício na internet.


A ideia é que como não há necessidade de fazer o movimento com o dedo e da mão para passar uma foto ou vídeo, a rolagem acontece automaticamente, isso porque a noção de tempo nas redes sociais difere da noção de tempo no cotidiano, justamente por não existir uma pausa para descanso ou reflexão.

Experimentar o momento de silêncio é um desafio nos tempos modernos. O fato é que a nossa capacidade de atenção reduziu à medida que a quantidade de informação também aumentou. O fácil acesso e o vício nessa substância química do prazer chamada dopamina talvez seja uma de nossas maiores falhas.

É nossa obrigação moderna se interessar por algo e ao mesmo tempo evitar a Síndrome de Fomo (o receio de ficar fora do mundo tecnológico ou quem sabe, talvez por não se desenvolver no mesmo ritmo que a mesma). Se compreendermos a ideia de que quanto mais consumimos, mais fome ficamos, torna-se mais evidente entender o motivo que gerou a necessidade deste estímulo constante.

Pensava-se que a tecnologia poderia aliviar a nossa carga de trabalho física e que robôs retirariam parte da bagagem de nossas mãos, porém, essa mesma bagagem somente foi substituída por outra, causando assim, exaustão mental e ainda nos dividiu devido ao enorme fluxo de notícias falsas reforçadas por algoritmos que estão sujeitos a interesses comerciais, no qual direcionam comportamentos, opiniões enviesadas e que nos expõe a recortes seletivos da realidade, gerando conflitos como nunca antes visto pela promessa da mecanização total do trabalho, onde a qualidade de vida seria equalizado e melhoraria consideravelmente neste novo modelo de sociedade que nos é recomendado de maneira sutil e em doses homeopáticas.


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09 janeiro, 2024

Os peixes são mais heavy metals do que a gente

campanha da Sea Shepherd Brasil criada pela agência Wieden+Kennedy, de São Paulo, traz uma banda de heavy metal chamada Heavy Metals, cantando sobre os "heavy metals" (metais pesados) encontrados nos peixes que podem estar associado ao aumento do risco de câncer e complicações no sistema nervoso.

O objetivo da campanha é conscientizar o público sobre a contaminação de peixes por metais pesados e de evidenciar que a saúde das pessoas e a do oceano estão entrelaçadas. O videoclipe traz personagens inspirados na mitologia do reino de Atlântida e elementos do ocultismo.

O projeto que contempla o lançamento do single "Ciclo Metal" em português e uma versão em inglês conta com as participações de integrantes veganos ou vegetarianos que apoiam a causa: Rodrigo Lima, vocalista do Dead Fish, Iara Bertolaccini, ex-guitarrista da Blastfemme, Juninho Sangiorgio, baixista do Ratos de Porão e o baterista Dirk Verbeuren, da banda Megadeth. 

A iniciativa conta ainda com a parceria da revista Billboard Brasil, que apoia a estratégia de mídia e conteúdo editorial. A produção é do estúdio britânico Fromm, especializado em arte 3D e ilustrações em conjunto com a produtora de aúdio Mugshot.

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